6.27.2011

Haruki's wisdom #3

- O carro e eu estamos na mesma onda. Ajudamo-nos mutuamente. Eu entro aqui, neste espaço, e transmito-lhe boas vibrações, o que serve para criar uma boa atmosfera. Palpita-me que o carro, por sua vez, capta isso. Eu sinto-me bem, e a máquina também.
- Uma máquina também se pode sentir bem?
- É evidente. Não me perguntes como, mas tenho a certeza de que as máquinas também se sentem bem ou ficam irritadas. Não existe uma explicação lógica para isso, mas sei isso por experiência. Não há nada que enganar.
- Como acontece com as pessoas?
Neguei com a cabeça.
- Não, com as pessoas é diferente. O sentimento em relação às pessoas muda sensivelmente consoante o objecto do nosso amor. Modifica-se, vacila, cresce, desaparece, é negado, deixa marcas... Na maior parte dos casos, torna-se difícil, senão impossível, ter algum controlo sobre ele. Com o meu Subaru, a coisa não é assim tão complicada.


Dança, Dança, Dança,
Haruki Murakami

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